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Entre uma nota e outra...afinando, afinando...

terça-feira, 22 de julho de 2014.
Não sei o que faria , se você chegasse e me pedisse para estar ao teu lado, se me puxasse contra seu peito e me abraçasse forte, sufocando minha saudade, anestesiando meus medos.
Sinceramente  eu não sei o que faria caso você me desejasse tanto quanto eu te desejo, se você me olhasse com um terço da paixão que eu te olho e se não me deixasse partir.
Eu não quero e não devo, mas isso não muda nada o que sinto, pois quando vejo seus olhos, ouço sua voz rouca e suas risadas...meus sentidos são aguçados, meu coração descompassa, meus poros dilatam e fico nesse êxtase, quase um frenesi.
Aprendi a domesticar esses sentimentos...bem, quase, ainda sinto um calafrio percorrer minha espinha e meu rosto ruborizar quando vejo você chegar, mas é somente isso, nada mais, pois não irei sentir as famosas borboletas baterem suas asas em meu estômago e tampouco a falta de ar quando lhe beijo e sinto o cheiro de sua pele.
As vezes, custa caro falar adeus, afastar quando todas as suas células suplicam pelo contato...sinto uma súplica calada, um sorriso pálido e uma tristeza cálida, afinal tantos anos sem sentir tais emoções e quando as sinto, não há como dar vazão e deixar criar suas proporções homéricas, independente do estrago que esse tsunami possa fazer, isso não me assusta, não tanto quanto a morte prematura desse querer.
Se eu fechar meus olhos, posso te descrever, perfeitamente, a cor dos cabelos e onde estão prateando, o tom da pele, as cicatrizes, a largura do sorriso, o formato das falanges, quais músculos se movimentam quando você fala e gargalha, sua forma de pronunciar tais palavras, sua mania de arrumar os cabelos lisos e finos e qual lado dos lábios se contrai mais ao tossir, enfim, eu consigo descrever cada gesto, cada movimento com tamanha perfeição que fico amedrontada, angustiada e meramente...desolada. Todavia, me sinto viva, capaz de me apaixonar e querer com tanta intensidade que chega, em alguns momentos, a doer e isso me faz sorrir, mesmo quando as lágrimas de decepção e frustração escorrem pela face, um líquido morno e salgado.
E apesar disso tudo, hoje não quero mais, eu me livrei dessa prisão em forma de sentimentos, pois não conseguia me ver livre, não tinha autonomia no meu querer, não podia estar quando e como queria e você...bem, você era apenas uma utopia, mais uma que a vida me preparou ou foi eu que permiti???
E com essas perguntas, com uma dose a mais de amor próprio e uma sensação de liberdade mesclada com maturidade, eu me despeço desse sentimento...sem lágrimas e tampouco saudade, apenas a certeza que mereço algo melhor, sou e estou apta a encontrar algo que valha a pena sentir e persistir, pois sou adepta do andar de mãos dadas à luz do dia, rssss, dar gargalhadas e comer pipoca no cinema e ter finais de semana divertidos, caseiros ou não, mas existentes não somente em minha imaginação.
E o que era para ser uma linda estória de amor, realmente se tornou, uma maravilhosa estória de amor próprio, amor pela minha liberdade emocional, por minha coerência e bom senso e mais do que nunca, pela minha tranquilidade e bem estar.
E a súplica tornou-se um acalanto, da tristeza, fez um sorriso e da dor...um encanto. Sei que existem finais felizes, não tão felizes, enfim, o que é fim para um, pode ser o início para outro, tudo é uma questão de percepção e ponto de vista.
E vamos lá, Bell Dourado no controle....kkkkkkkkkkk.



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